quinta-feira, 25 de maio de 2017

INDICAÇÃO DE ALGUNS LIVROS QUE PODERÃO TE AJUDAR EM FÍSICA



                             Fizemos uma seleção dos melhores livros da disciplina de Física para ajudar em seus estudos. Escolha uma das categorias a seguir para ver a lista de livros que recomendamos.



     

Física - Ensino Médio



– Tópicos de Física (Helou / Gualter): Também é um livro muito bom pra quem se prepara pra Vestibular, com muitos exercícios e exemplos resolvidos e com uma didática teórica muito boa.




– Física Clássica (Sampaio e Calçada): É um livro relativamente antigo, com uma didática um pouco ortodoxa porém ideal pra quem deseja aprofundar-se no estudo da Fìsica.



























 


terça-feira, 23 de maio de 2017

VAMOS RESPONDER O QUIZ?



Física Básica 



1.
Por quem foi introduzida, em 1798, a ideia de que o calor é energia?

2.
Quais as unidades de medidas utilizadas para medir calor?

3.
Qual o nome do processo de transmissão de calor?


4.
Como se chama a circulação continua que se da, quando a água recebe calor e a mais quente vai para cima e a mais fria para baixo ?



5.
Um amolador de facas, ao operar um esmeril, é atingido por fagulhas incandescentes, mas não se queima. Isso acontece porque as fagulhas:



6.
Quais das transformações são referentes a um gás ideal que recebe calor e fornece trabalho?






CONFERIR RESPOSTAS : 







1.
Resposta correta: Benjamin Thompson – Conde de Rumford
O principio de Lavoisier a Quantidade de calórico Deveria se Conservar em um Processo de transferencia de calor de um Corpo a Outro. Porem Thompson observou, Que a Água PODIA Ser aquecida indefinidamente de Maneira Que o calor Não Se conservava.

2.
Resposta correta: Celsius e Joule
O Sistema Internacional adota a Unidade Kelvin, Por Exemplo, Como Padrão Para a grandeza temperatura. Essa Unidade E MUITO utilizada em Experimentos laboratoriais, mas, não dia a dia, a maioria dos e Países utiliza uma Unidade graus Celsius e Joule.

3.
Resposta correta: Condução
Ao se aquecer, por exemplo, a extremidade A de uma barra metálica enquanto a outra extremidade, B, é mantida a uma temperatura menor, existe uma transmissão desse calor da extremidade A em direção à extremidade B.Esse fluxo de energia é chamada condução.

4.
Resposta correta: Correntes de Convecção
A convecção é a forma de transmissão do calor que ocorre principalmente nos fluidos (líquidos e gases). Diferentemente da condução onde o calor é transmitido de átomo a átomo sucessivamente, na convecção a propagação do calor.


5.
Resposta correta: Tem capacidade térmica muito pequena.
A massa individual de cada fagulha é muito pequena. Logo, a perda de calor para o meio é muito mais rápida, além de o metal ter um alto coeficiente de transmissão térmica.


6.
Resposta correta: Isobárica e isotérmica.
A transformação isobárica é uma transformação em que variam somente o volume e a temperatura de um gás.Na transformação isotérmica todo calor cedido pelo meio é transformado em trabalho de expansão do gás e, mesmo não havendo variação de temperatura.

ALGUNS FÍSICOS BRASILEIROS E SUAS OBRAS


                                                            Imagem relacionada

Ao longo da historia da física o Brasil teve seu papel de destaque com contribuições de cientistas estrangeiras e de atuações contempláveis de cientistas brasileiros, dos quais podemos citar César lattes, José leite Lopes.  Embora tenhamos avançado significativamente em várias área do conhecimento cientifico, desde as primeiras pesquisas realizadas por esses brasileiros no ramo da fisica, almejamos num futuro próximo alcançar a firmeza de um país competitivo em termos de ciência e tecnologia e não um fornecedor de matéria prima e mão de obra barata. Assim como afirma Lord Ruthenford “O país que não desenvolver a sua ciência e a sua tecnologia esta fadada a transforma-se em fornecedor de lenha, de latas de água e de seus recursos naturais para os povos civilizados”.
Desde o aparecimento das primeiras universidades até os dias atuais temos uma incerteza quanto ao destino da física no Brasil. Hoje existem várias instituições responsáveis pela divulgação da fisica no país que se mostram muito eficientes na promoção de eventos como, por exemplo, a SBF (Sociedade Brasileira de Física) que é responsável pela OBF (Olimpíadas Brasileira de Física), e incentivo à pesquisa, dais quais temos: a FUNCAP, CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e alguns institutos sem vínculos com universidades, das quais podemos citar: Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e os Laboratórios Nacionais (LNs).


César Lattes


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Cesare Mansueto Giulio Lattes, mais conhecido como César Lattes (Curitiba11 de julho de 1924 — Campinas8 de março de 2005), foi um físico brasileiro, co-descobridor do méson pi, descoberta que levou o Prêmio Nobel de Física de 1950, concedido a Cecil Frank Powell. Fez os seus primeiros estudos em sua cidade natal e depois em São Paulo, vindo a graduar-se na Universidade de São Paulo, formando-se em 1943, em matemática e física.
Lattes é um dos físicos brasileiros mais ilustres e honrados e seu trabalho foi fundamental para o desenvolvimento da física atômica. Ele também foi um grande líder científico de física brasileira e foi uma das principais personalidades por trás da criação do importante Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Ele figura como um dos poucos brasileiros na Biographical Encyclopedia of Science and Technology de Isaac Asimov, como também na Encyclopædia Britannica. Embora fosse o principal pesquisador e primeiro autor do artigo que descreve o mesón pi, apenas Cecil Powell foi agraciado com o Prêmio Nobel de Física em 1950 por "seu desenvolvimento do método fotográfico de estudo dos processos nucleares e suas descobertas em relação mésons feito com este método". A razão para esta aparente negligência é que a política do Comitê do Nobel até 1960 era dar o prêmio para o cabeça do grupo de pesquisa, apenas.
Em sua homenagem, o CNPq batizou o sistema utilizado para cadastrar cientistas, pesquisadores e estudantes como o nome de Plataforma Lattes. A Plataforma Lattes é uma base de dados de currículos e instituições de todas as áreas do conhecimento. O Currículo Lattes registra a vida profissional dos pesquisadores sendo elemento indispensável à análise de mérito e competência dos pleitos apresentados, atualmente, a quase todas as agências de fomento no Brasil.

Carreira 

Lattes fazia parte de um grupo inicial de brilhantes jovens físicos brasileiros que foram trabalhar com professores europeus como Gleb Wataghin e Giuseppe Occhialini. Lattes foi considerado o mais brilhante destes e foi descoberto, ainda muito jovem, como um pesquisador de campo. Seus colegas, que também se tornaram notáveis cientistas brasileiros, foram Oscar SalaMário SchenbergRoberto SalmeronMarcelo Damy de Souza Santos e Jayme Tiomno. Com 23 anos de idade foi um dos fundadores do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, no Rio de Janeiro.
De 1947 a 1948, Lattes começou a sua principal linha de pesquisa, o estudo dos raios cósmicos, descobertos em 1932 pelo físico estadunidense Carl David Anderson. Montou um laboratório a mais de 5.000 metros de altitude em Chacaltaya, uma montanha dos Andes, na Bolívia, empregando chapas fotográficas para registrar os raios cósmicos.[1]
 Viajou para a Inglaterra com seu professor Occhialini, onde foi trabalhar no H. H. Wills Laboratory da Universidade de Bristol, dirigido por Cecil Frank Powell. Após melhorar uma nova emulsão nuclear usada por Powell, pedindo à empresa britânica Ilford para adicionar boro a ela, em 1947, realizou com a ajuda dessas chapas uma grande descoberta experimental, de uma nova partícula atômica, o méson pi (ou pion)[2], a qual desintegra em um novo tipo de partícula, o méson mu (muon). Foi uma grande reviravolta na ciência. Era aceito até então que os átomos eram formados por somente 3 tipos de sub-partículas ou partículas elementares (prótonsnêutrons e elétrons). Alguns cientistas contestaram os resultados, mas o apoio do dinamarquês Niels Bohr, um dos maiores físicos da época, pesou na aceitação da novidade, que daria início a uma nova área de pesquisa, a física de partículas.
Giuseppe Occhialini, que havia sido professor de Lattes na Universidade de São Paulo ainda durante a Segunda Guerra, ao revelar as novas chapas com boro -- expostas por ele no Pic di Midi no final de 1946 -- começou então a escrever um trabalho para a revista Nature, sem se preocupar com o consentimento de Powell. Ainda nessas chapas, foram descobertos dois decaimentos do méson pi em méson mi (múon). Essas descobertas foram relatadas em "Processes involving charged mesons", com Muirhead, Occhialini e Powell.[3] No mesmo ano, foi responsável pelo cálculo da massa da nova partícula, em um meticuloso trabalho. Um ano depois, trabalhando com Eugene H. Gardner na Universidade da Califórnia em BerkeleyEstados Unidos, Lattes detectou a produção artificial de partículas píon no ciclotron do laboratório, pelo bombardeio de átomos de carbono com partículas alfa. Tinha então 24 anos de idade.
Embora tenha sido o principal pesquisador e primeiro autor do histórico artigo da Nature, descrevendo o méson piCecil Powell foi o único agraciado com o Prêmio Nobel de Física em 1950, pelo seu desenvolvimento de um método fotográfico de estudo dos processos nucleares e sua descoberta que levou ao descobrimento dos mésons. A razão para esta aparente negligência é a política do Comitê do Nobel, que até 1960 era de premiar somente o líder do grupo de pesquisa. Em 2001, Lattes mencionou o fato de não ter ganho o Nobel de Física em uma entrevista para o Jornal da Unicamp: "Sabe por que eu não ganhei o prêmio Nobel? Em Chacaltaya, quando descobrimos o méson-pi, se publicou: Lattes, Occhialini e Powell. E o Powell, malandro, pegou o prêmio Nobel pra ele. Occhialini e eu entramos pelo cano. Ele era mais conhecido, tinha o trabalho da produção de pósitrons em 1933. Depois fui para a Universidade da Califórnia, onde foi inaugurado o sincrociclotron em 1946. Já era 1948 e estava produzindo mésons desde que entrou em funcionamento em 1946, tinha energia mais que suficiente. Então, detectamos, Eugene Garden e eu, o méson artificial, alimentando a presunção de retirar do empirismo todas as pesquisas que se relacionassem com a libertação da energia nuclear. Sabe por que não nos deram o Nobel? Garden estava com beriliose, por ter trabalhado na bomba atômica durante a Guerra, e o berílio tira a elasticidade dos pulmões. Morreu pouco depois e não se dá o prêmio Nobel para morto. Me tungaram duas vezes."[4]
Em sua última entrevista, concedida a revista Superinteressante em 2005, Lattes voltou a mencionar o episódio do Nobel de Física de 1950: "Apesar de a comissão julgadora ser formada por ingleses, acredito que não foi minha nacionalidade que pesou na decisão do vencedor. Tanto na descoberta do méson pi, em 1946, como na sua criação artificial, em 1948, tive colaboração do Giuseppe Occhialini. Quem deveria ter ganho era ele. E, em 1950, quem levou o prêmio foi o Cecil Powell, que também participou do trabalho. Mas deixa isso para lá. Esses prêmios grandiosos não ajudam a ciência."[5]
Existem rumores de que Niels Bohr pode ter deixado uma carta intitulada "Por que César Lattes não ganhou o Prêmio Nobel - Abra 50 anos após a minha morte",[6] no entanto pesquisas feitas no Arquivo Niels Bohr em Copenhague, na Dinamarca, nunca encontraram tal documento.[7]

Honrarias


  • Cavaleiro da Grande Cruz , outorgado pela Ordo Capitulares Stellae Argentae Crucitae (1948);
  • Prêmio Einstein, da Academia Brasileira de Ciências (1951);
  • Prêmio Ciências, do Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (1953);
  • Prêmio Evaristo Fonseca Costa, do Conselho Nacional de Pesquisas (1957);
  • Sua atuação no continente sul-americano foi reconhecida pelo governo boliviano, que lhe concedeu o título de cidadão honorário daquele país, em 1972;
  • Medalha Carneiro Felipe, do Conselho Nacional de Energia Nuclear (1973);
  • Pelo governo da Venezuela, que lhe conferiu a comenda Andrés Bello em 1977;
  • Pela OEA Organização dos Estados Americanos, que lhe outorgou o prêmio Bernardo Houssay, em 1978;
  • Prêmio em Física, da Academia de Ciências do Terceiro Mundo, no ICTP - The Abdus Salam International Centre for Theoretical Physics, sediado em Trieste, Itália (1987);
  • Medalha do Mérito Santos-Dumont (1989);
  • Símbolo do Município de Campinas (1992);
  • Centro de Estudos Astronômicos César Lattes de Minas Gerais;
  • Biblioteca Central César Lattes - UNICAMP;
  • Centro de Nanociência e Nanotecnologia Cesar Lattes, Campus do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) - Campinas;
  • Auditório César Lattes - Parque Tecnológico Itaipu (PTI);
  • Grêmio Estudantil César Lattes(GECEL)- UTFPR;
  • Centro Acadêmico do curso de Engenharia de Controle e Automação da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP;
  • Centro Acadêmico dos cursos de Matemática e Física da Universidade de Taubaté - UNITAU;
  • Associação Atlética Acadêmica César Lattes - AAACeL - Atlética dos cursos de Física (bacharel e licenciatura) e do curso integrado em Física, Matemática e Matemática Aplicada Computacional da Unicamp;
  • Nome de avenida em sua homenagem, na Vila Novo Horizonte, em GoiâniaGoiás;
  • Diretório Acadêmico César Lattes - UFF
  • Diretório Acadêmico César Lattes - Faculdade de Engenharia da Fundação Armando Álvares Penteado - criado em 1.970.






José Leite Lopes


O físico brasileiro José Leite Lopes (1918-2006) deu grandes contribuições à Física Teórica, à sua evolução histórico-conceitual, e ao papel da Ciência no desenvolvimento científico-tecnológico de um país do terceiro mundo, que estão registradas nos textos: Einstein e Outros Ensaios (J. Leite Lopes, Cadernos de Cultura do Ministério da Educação e Cultura, 1958); Revista Paz e Terra 8 (J. Leite Lopes, pgs. 95; 125, Paz e Terra, 1968); Ciência e Libertação (J. Leite Lopes, Paz e Terra, 1969); Ciência e Desenvolvimento (J. Leite Lopes, Tempo Brasileiro/UFF, 1987); Crônicas da Física, Tomo 1 (José Maria Filardo Bassalo, EDUFPA, 1987); Leite Lopes Festschrift: A Pioneer Physicst in the Third World (Editado por Norbert Fleury, Sérgio Joffily, José Antonio Martins Simões e Amós Troper, WORLD SCIENTIFIC, 1988); José Leite Lopes: O Homem de Ciência (Jader Benuzzi Martins, UERJ, 1989); José Leite Lopes: Espaços da Catedral Imaginária (Curadoria e Edição de Mirian de Carvalho e Francisco Caruso, Iate Clube do Rio de Janeiro, 1998); Ciência e Liberdade (J. Leite Lopes, EDUFRJ/CBPF, 1998); José Leite Lopes: 50 anos de Física no Brasil (Sergio Joffily, Ciência e Sociedade - CBPF-CS-026, Dezembro/1998); José Leite Lopes: Idéias e Paixões (Organizado por Francisco Caruso, CBPF, 1999); José Leite Lopes: Unificando as Forças da Natureza (Entrevistado por Jesus de Paula Assis, EDUNESP, 2001); Homens de Ciência: José Leite Lopes (Entrevistado por Alessandro Greco, CONRAD, 2001); Uma História da Física no Brasil (J. Leite Lopes. Organizado por Amélia Império Hamburger, Editora Livraria da Física, 2004); e Algumas Razões para ser um Cientista: José Leite Lopes (Apresentado por Ricardo Galvão, CBPF, 2005). Neste verbete, vamos destacar algumas dessas contribuições.
Leite Lopes formou-se em Engenharia Química pela Escola de Engenharia de Pernambuco, em 1939. Por indicação de seu professor Osvaldo Gonçalves de Lima, foi contemplado com uma bolsa de estudos das Indústrias Carlos de Brito, de Recife, para realizar o Bacharelado em Física pela Faculdade Nacional de Filosofia, no Rio de Janeiro, que foi iniciado em 1940 e terminado em 1942. (Registre-se que, nesse período, Leite Lopes foi professor secundário do Instituto La-Fayette, no Rio de Janeiro.) Em 1943, com uma bolsa da Fundação Zerrener, de São Paulo, seguiu para a Universidade de São Paulo para trabalhar com o físico brasileiro Mário Schenberg (1914-1990). Este lhe deu um artigo que o físico inglês Paul Adrien Maurice Dirac (1902-1984; PNF, 1933) havia escrito em 1938 (Proceedings of the Royal Society of London A167, p. 148), no qual tentara obter uma versão quântica da teoria clássica do elétron puntiforme. Eles então refizeram os cálculos de Dirac e submeteram ao Physical Review, que o publicou no volume 67, p. 122, em 1945.

Observando ser difícil criar uma escola de físicos na FNFi, por causa da estrutura arcaica da UB, Leite Lopes apoiou a idéia que o físico brasileiro César Mansueto Giulio Lattes (1924-2005) tivera, em 1948, quando se encontrava na Universidade da Califórnia, em Berkeley, de criar uma instituição destinada a produzir a pesquisa física. Assim, com a participação de uma plêiade de brasileiros: os irmãos Lins de Barros [Ministro João Alberto (1897-1955), Nelson (1920-1966) e Henry British (n.1917)]; o Almirante e Historiador da Ciência Álvaro Alberto da Motta e Silva (1889-1976); os matemáticos Antônio Aniceto Monteiro (1907-1980) (de origem portuguesa), Leopoldo Nachbin (1922-1993) e Francisco Mendes de Oliveira Castro (1902-1993); os físicos Gabriel Emiliano de Almeida Fialho, Jayme Tiomno (n.1920), Elisa Frota Pessoa (n.1921), Lauro Xavier Nepomuceno, Roberto Aureliano Salmeron (n.1922) e Mário Schenberg (1914-1990); o banqueiro Mário de Almeida; e Euvaldo Lodi, Presidente da Confederação das Indústria]. Desse modo, em 4 de fevereiro de 1949, nasceu o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), tendo a seguinte estrutura: João Alberto, Presidente; Álvaro Alberto, Vice-Presidente; Lattes, Diretor Científico; Artur Hehl Neiva, Diretor Tesoureiro; e Paulo de Assis Ribeiro, Diretor Executivo.
No entanto, o simples fato de se formar uma instituição com o objetivo de realizar pesquisas não é o suficiente, já que é fundamental o intercâmbio científico com instituições que realizam pesquisa de ponta. Com isso em mente, Leite Lopes volta aos Estados Unidos, desta vez para pesquisar no IAS, em Princeton, aceitando o convite do físico norte-americano Julius Robert Oppenheimer (1904-1967), que era Diretor desse famoso Instituto. Com uma bolsa de estudos da John Simon Guggenheim Memorial, ele realizou pesquisas nesse Instituto, durante o período 1949-1950. Dessas pesquisas resultou o importante estudo (Anais da Academia Brasileira de Ciências 21, p. 30, 1949; Physical Review 78, p. 36, 1950) sobre o momento magnético anômalo do núcleon (próton e nêutron), usando a recente Eletrodinâmica Quântica Renormalizada, que havia sido desenvolvida pelos físicos, o japonês Sin-Itiro Tomonaga (1906-1979; PNF, 1965), e os norte-americanos Richard Phillips Feynman (1918-1988; PNF, 1965) e Julian Seymour Schwinger (1918-1994; PNF, 1965), entre 1943 e 1949.
Na primeira metade da década de 1950, no CBPF, Leite Lopes realizou trabalhos importantes, tais como: em 1951 (Anais da Academia Brasileira de Ciências 23, p. 39), examinou quantas dos campos bosônicos, por intermédio de um espaço relativístico Fockiano; ainda em 1951 (Ciência e Cultura 3, p. 302), examinou, com o físico brasileiro Adel da Silveira, a polarização do vácuo e a energia própria na Teoria Quântica de Campos; em 1954 (Symposium on New Research Tecnhiques in Physics, p. 251), ele e Feynman desenvolveram uma teoria pseudo-escalar do dêuteron; em 1954 (Nuovo Cimento 12, p. 817) e 1955 (Physical Review 199, p. 1053) examinou, juntamente com o físico brasileiro José Goldenberg (n.1928), a estrutura das camadas do núcleo atômico por intermédio de reações fotonucleares; e, também em 1955 (Nuovo Cimento 1, p. 792), tendo como colaborador o físico brasileiro Luís Carlos Gomes (n.1931), Leite estudou as reações de alta energia envolvendo nêutrons usando o modelo nuclear óptico. É oportuno destacar que, durante os anos 50 e até 1964, o CBPF foi visitado por inúmeros físicos de prestígio internacional, como Feynman; G. Moliére; H. Joos; os italianos Giuseppe Pablo Stanislao Occhialini (1907-1993), Emílio Gino Segrè (1905-1989; PNF, 1959), S. de Benedetti e Ugo Camerini; o belga Léon Rosenfeld (1904-1974); o húngaro Eugen Paul Wigner (1902-1955; PNF, 1963); o chinês Chen Ning Yang (n.1922; PNF, 1957); o holandês Hendrik Brugt Gerhard Casimir (1909-2000); o francês A. Laguarrigue; o austríaco Guido Beck (1903-1988), e os argentinos Carlos Guido Bollini (n.1926) e Juan José Giambiagi (1924-1996).
Aproveitando a presença de Feynman no California Institute of Technology (CALTECH), Leite Lopes foi para lá continuar suas pesquisas. Desta vez, foi com uma bolsa de estudos do Conselho Nacional de Pesquisas (hoje, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq), órgão fomentador da ciência brasileiro, que ele, juntamente com outros brasileiros, liderados pelo Almirante Álvaro Alberto, fundaram em 1951. No período em que passou no CALTECH, 1956-1957, teve a oportunidade de discutir com Feynman e outros físicos desse Instituto novos problemas relacionados com a Física de Altas Energias. De tais discussões, resultaram três importantes trabalhos realizados por ele, todos publicados em 1958. No primeiro deles (Physical Review 109, p. 509), apresentou pela primeira vez, o cálculo do acoplamento pseudo-escalar induzido na interação entre múons (m) e núcleos leves. No segundo (Anais da Academia Brasileira de Ciências 29, p. 251), desenvolveu os primeiros cálculos relativos ao decaimento beta do hyperon lambda (L). Em seu terceiro trabalho publicado na Nuclear Physics 8, p. 234, Leite Lopes considerou que a constante de interação eletromagnética com a matéria seria igual à constante de interação fraca com a matéria. Desse modo, ele propôs que a interação elétron-nêutron só poderia ser realizada por intermédio de um bóson vetorial neutro, o hoje conhecido Z0, chegando a estimar a sua massa em cerca de 60 massas do próton (mp). Vejamos como Leite Lopes foi estimulado a realizar este último trabalho.
A idéia de as interações fracas serem mediadas por bósons vetoriais (com spin 1) massivos (hoje, conhecidos como ) foi primeiramente aventada pelo físico sueco Oskar Benjamin Klein (1897-1977), em 1938 (Journal de Physique et le Radium 9, p. 1). Mais tarde, em 1958 (Physical Review 109, p.109), Feynman e o físico norte-americano Murray Gell-Mann (n.1929; PNF, 1969) propuseram a famosa Teoria V-A, que universalizou a interação fraca, e segundo a qual esse tipo de interação poderia ser devido à troca dos bósons Kleinianos. Registre-se que foi a leitura desse trabalho que estimulou Leite Lopes a realizar o trabalho referido acima. Registre-se, também, que ainda em 1958, trabalhos semelhantes a esses foram realizados pelos físicos norte-americanos Sidney Arnold Bludman (n.1927) (Nuovo Cimento 9, p. 433), Gerald Feinberg (1933-1992) (Physical Review 110, p. 1482), Julian Seymour Schwinger (1918-1994; PNF, 1965 ) (Annals of Physics NY 2, p. 407) e Sheldon Lee Glashow (n.1932; PNF, 1979) (Tese de Doutoramento, orientada por Schwinger).
A unificação das forças eletromagnética e fraca especulada nos trabalhos referidos acima foi finalmente formalizada nos artigos dos físicos, o norte-americano Steven Weinberg (n.1933; PNF, 1979), em 1967 (Physical Review Letters 19, p. 1264) e o paquistanês Abdus Salam (1926-1996; PNF, 1979), em 1968 (Proceedings of the Eighth Nobel Symposium, p. 367), a conhecida Teoria Eletrofraca. Segundo essa teoria, a "força eletrofraca" é mediada por quatro quanta: o fóton (g), partícula não-massiva e mediadora da interação eletromagnética e os bósons vetoriais () (a notação de Z0 foi sugerida por Weinberg), de massas respectivas: 75 e 95mp. Observe-se que tais bósons foram descobertos, em 1983 (Physics Letters 122B, p. 103; 476; 126B, p. 398; 129B, p. 130; 273), nas experiências realizadas no CERN, sob a liderança dos físicos, o italiano Carlo Rubbia (n.1934; PNF, 1984) e o holandês Simon van der Meer (n.1925; PNF, 1984). As massas desses bósons determinadas nessa experiência, foram: . Registre-se que o trabalho de Leite Lopes aparece nas citações que Weinberg fez em sua Leitura Nobel.
Até a "aposentadoria forçada" de sua cátedra na Universidade do Brasil, decorrente do Ato Complementar no. 75, de 25 de abril de 1969, que se seguiu ao Ato Institucional no5, de 13 de dezembro de 1968, Leite Lopes esteve bastante ativo no sentido de gerar e gerenciar a Ciência Brasileira. Com efeito, além de suas funções de professor, pesquisador, Chefe de Departamento e Diretor Científico do CBPF por diversas vezes, foi Diretor da Sessão de Física do CNPq, de 1955 a 1961, e Membro de seu Conselho Deliberativo de 1955 até 31 de março de 1964 (data do Golpe Militar). Além disso, colaborou na reestruturação do Instituo de Física da UFRJ (IFUFRJ), bem como foi o primeiro Coordenador do Instituto Central de Física da Universidade de Brasília. Durante esse período, Leite Lopes esteve em várias Universidades estrangeiras, quer como "lecturer", quer como Professor Visitante. Foi um dos organizadores da Escola Latino-Americana de Física, sendo seu diretor da Sessão Brasileira, entre 1960 e 1969. Também ministrou cursos de várias disciplinas de Física em diversas instituições brasileiras de ensino superior.
Foi em um desses cursos que tive o privilégio de ser seu aluno. Esse curso aconteceu no segundo semestre de 1968, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, tendo como livro-texto o seu Fondements de la Physique Atomique, editado pela Hermann, em 1967, e elogiosamente criticado pelos franceses. (Registre-se que Leite Lopes já havia tratado desse tema no livro Introdução à Teoria Atômica da Matéria, editado pelo Ao Livro Técnico Ltda., em 1959. Este livro, em 1992, foi revisto e aumentado, sendo editado pela EDUFRJ com o título A Estrutura Quântica da Matéria, com sua terceira edição ocorrida em 1999.) Aliás, o Fondements foi escrito por sugestão do físico francês Maurice Lévy, que o havia convidado para ser Professeur Associé da Faculdade de Ciências de ORSAY, em 1964, depois que Leite Lopes pediu licença do CBPF, como protesto ao Golpe Militar ocorrido nesse ano. Ele ficou em ORSAY até 1967, voltando então ao Brasil para assumir a Direção do IFUFRJ.
Em virtude da "aposentadoria" referida acima, Leite Lopes recebeu vários convites para trabalhar no exterior, dentre os quais, destacam-se: a Universidade Carnegie-Mellon, em Pittsburgh, nos Estados Unidos; o IAS, em Princeton; e o Centre de Recherches Nucléaires (CRN) da Université Louis Pasteur, em Strasbourg, França. Ele escolheu Carnegie-Mellon, e dirigiu-se para lá em setembro de 1969. Nessa Universidade ele ministrou o curso de Teoria Relativística da Gravitação, publicou o livro Lectures on Symmetries, pela Gordon and Breach, em 1969, e um realizou um trabalho sobre transformação "gauge" de segunda espécie que foi publicado na Nuovo Cimento 68A, p. 301, em 1970. Registre-se que esse tipo de transformação foi também tratado por ele, juntamente com o físico brasileiro Mário Novello (n.1942), em trabalho publicado nos Proceedings of the International Conference on High Energy Physics and Nuclear Structure, p. 780, 1970.
Em 1970, Leite Lopes foi para Strasbourg como Professeur Associé da Université Louis Pasteur, permanecendo nessa situação até 1974, quando foi nomeado Professeur, pelo presidente francês Valéry Giscard D´Estaing (n.1926), sendo até então, um dos primeiros estrangeiros a fazer parte do quadro permanente de uma Universidade Francesa. [Registre-se que o físico austríaco Victor Frederick Weisskopf (1908-2002) foi o primeiro estrangeiro a ser nomeado, em 1950, para uma cátedra na Université Paris-Sorbonne.] Na Louis Pasteur e logo em 1970, Leite Lopes fundou, juntamente com o epistemólogo Hervé Barreau e com os físicos George Monsonego e Michel Paty (n.1938) o Seminaire sur les Fondements de la Science, para o qual foram convidados eminentes físicos e filósofos da Ciência, como os franceses Jean-Marc Lévy-Leblond e Bernard D´Espagnat, o italiano Bruno Vitali, o norte-americano-brasileiro David Joseph Bohm (1917-1992), Markus Eduard Fierz (n.1912), e seus velhos conhecidos Lévy, Rosenfeld, Jauch e Wheeler. Como parte desse Seminário, em 1974, Leite Lopes e Paty organizaram um Simpósio sobre os 50 anos da tese revolucionária (caráter ondulatório do elétron) do físico francês, o Príncipe Louis Victor Pierre Raymond de Broglie (1892-1987; PNF, 1929), cujos anais foram editados por eles e publicados pela D. Reidel Publishing Company, em 1977, com o título: Quantum Mechanics: Fifty Years Later.
Como idealizador e participante daquele Seminário, Leite Lopes teve oportunidade de discutir vários temas científicos-epistemológicos, discussão essa que resultou em vários trabalhos, dentre os quais se destacam: a evolução das noções de espaço e tempo (Scientia 107, p. 411, 1972; Acta Científica Venezolana 23, p. 11, 1972); a imagem física do mundo, desde Parmênides até Einstein (CRN/HE 83-05, 1983; Ciência e Cultura 36, p. 1316, 1984); o formalismo da Mecânica Quântica (Encyclopaedia Universalis 15, p. 512, 1984); a espectroscopia do hidrogênio e do hélio (Encyclopaedia Universalis 17, p. 49, 1984); os modelos atômicos (Encyclopaedia Universalis 2, p. 1077, 1984); e sobre a previsão teórica e a descoberta experimental das partículas elementares (Fundamenta Scientia 6, p. 165, 1984). Registre-se que esta revista, inicialmente uma publicação interna do Seminaire, passou mais tarde a ser editada pela Pergamon Press.
A fim de dar prosseguimento as suas pesquisas em Física, Leite Lopes criou, ainda em Strasbourg e em 1972, o Grupo de Física Teoria de Altas Energias, ligado ao CRN, do qual foi Vice-Diretor, entre 1975 e 1978. Nesse grupo, vários físicos de diversas partes do mundo iniciaram suas pesquisas e outros foram seus colaboradores. Dentre eles, destacamos os franceses Norbert Fleury, Dominique Spehler, Jean-Luc Jacquot, Christiane Zenzes, G. Oberlechner e S. Barchay; o canadense A. Bilodeau; o grego Christos Ragiadakos; o panamenho Bernardo Fernandes; o inglês J. Simmons; o egípcio Mahfouz Henry Nous; e os brasileiros José Antonio Martins Simões e Maria Beatriz Gay Ducati.
Isoladamente e com esses físicos, Leite Lopes escreveu uma série de artigos que muito contribuíram para o desenvolvimento da Física de Altas Energias. Dentre eles, destacam-se: Interação fraca e o modelo de dominância vetorial (Nuclear Physics B38, p. 555, 1972); Sobre a teoria clássica dos táquions girantes e carregados (com Fleury e Oberlechner: Acta Physica Austria 38, p. 113, 1973); Quarks para leptons e hádrons (Revista Brasileira de Física 5 (1), 1975; Correntes neutras e o espalhamento elástico lépton-núcleon em alta energia (com Fleury: Lettere al Nuovo Cimento 14, p. 147, 1975); Não conservação do número muônico e hádrons pesados e Conseqüências da hipótese Lumothon (com Ragiadakos: Lettere al Nuovo Cimento 16, p. 261 e Physics Letters 64B, p. 48, ambos em 1976); Um modelo para léptons (com Fleury: Lettere al Nuovo Cimento 19, p. 7, 1977); Não conservação do número muônico em um modelo de léptons (com Barchay: Physics Letters 68B, p. 174, 1977); O momento magnético do múon em um modelo de léptons (com Martins Simões: Revista Brasileira de Física 8, p. 621, 1978); Sobre possíveis interações leptônicas (com Ducati e Martins Simões: Lettere al Nuovo Cimento 24, p. 432, 1979); O limite da eletrodinâmica massiva em uma teoria de campo bifotônica e Sobre os campos de spin 3/2 de Bargmann-Wigner e Weyl (com Spehler: Lettere al Nuovo Cimento 25; 26, p. 101; 567, 1979); Produção e propriedades de decaimento de possíveis léptons de spin 3/2, Possíveis quarks de spin 3/2 e violações de escala em reações com neutrinos e Interações fracas envolvendo léptons de spin 3/2 (com Martins Simões e Spehler: Physics Letters 94B, p. 367, 1980; Physical Review D23, p. 797, 1981; Physical Review D25, p. 1854, 1982); Invariância de gauge de spinores e equação de onda de campos de spin 3/2 e Possibilidade da existência de léptons de spin 3/2 (com Fleury e Spehler: Lettere al Nuovo Cimento 35, p. 60, 1982; Lettere al Nuovo Cimento 36, p. 401, 1983); Uma possível interação entre campos de spin ½ e spin 3/2 (com Fleury: Revista Brasileira de Física, Volume Especial dedicado a Mário Schenberg, p. 348, 1984); e Novos decaimentos de bósons fracos e possíveis léptons de spin 3/2 (com Fleury e Martins Simões: Lettere al Nuovo Cimento 43, p. 9, 1985). Em Strasbourg, Leite Lopes teve também a oportunidade de ministrar diversos cursos sobre a Física de Altas Energias, sendo alguns deles transformados em livros, dos quais destacamos: Introducción a la Eletrodinámica Quántica (Editorial Trillas, México, 1977) e Gauge Fields Theories (Pergamon Press, 1981/1983).
Além de seu trabalho como gerador e gerenciador de Ciência, em Strasbourg, Leite Lopes deu continuidade a sua sensibilidade artística, quer lendo e relendo seu poeta favorito, o austro-germano Rainer Maria Rilke (1875-1926), quer pintando quadros. Registre-se que algumas reproduções desses quadros podem ser vistas em seus livros: Espaços da Catedral ImagináriaCiência e Liberdade, Idéias e Paixões, e Uma História da Física no Brasil, citados anteriormente.
Com a redemocratização do Brasil, ocorrida no Governo de José Sarney (n.1930), em abril de 1985, Leite Lopes pensou em voltar ao Brasil. Assim, aceitando o convite de seu velho amigo Renato Bayma Archer da Silva (1922-1996), então Ministro de Ciência e Tecnologia desse Governo, ele voltou ao Brasil para assumir, em 26 de julho de 1985, mais uma vez a direção do CBPF. Permaneceu no cargo até 1989.
De volta ao Brasil, Leite Lopes continuou suas atividades de ensino e pesquisa, das quais resultou uma série de artigos publicados nos FESTSCHRIFT de Mário Schenberg (USP, p. 195, 1987); de J. J. Giambiagi (com Martins Simões: Editado por H. Falomir, R. E. Gamboa Saraví, P. Leal Ferreira e F. A. Schaposnik, World Scientific, p. 271, 1990), de Jayme Tiomno (Editado por S. MacDowell, H. M. Nussenzveig e R. A. Salmeron, World Scientific, p. 43, 1991), de Paulo Leal Ferreira (Editado por V. C. Aguilera-Navarro, D. Galetti, B. M. Pimentel, IFT, p. 144, 1995), e de Abraham Hirsz Zimerman (Editado por Henrik Aratyn, Luiz Agostinho Ferreira e José Francisco Gomes, IFT, p. 90, 1998). Além disso, publicou com o físico francês Bruno Escoubés o livro Sources et Évolution de la Physique Quantique: Textes Fondateurs (Masson, 1995).
Quando o Presidente D´Estaing nomeou, em 1984, Leite Lopes para uma cátedra francesa, o físico brasileiro Henrique Fleming (n.1938), comparando-o ao patriota italiano Giuseppe Garibaldi (1807-1882) - o unificador da Itália -, chamou-o de Físico de Dois Mundos. Cremos que a personalidade que traçamos acima desse eminente cientista brasileiro, justifica plenamente esse apotegma.
Ao finalizarmos esse breve perfil do professor Leite Lopes, é oportuno registrar as várias homenagens que lhe foram atribuídas. Vice-Presidente da SBPC, 1960-1961; Presidente da Sociedade Brasileira de Física, 1967-1969; 1969-1971; Medalha por Serviços Prestados à Ciência do Brasil, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), 1973; Medalha CNPq, CNPq, 1981; Professor Emérito, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1984; Prêmio de Ciência Estácio de Sá, Governo do Estado do Rio de Janeiro, 1985; Ordem do Rio Branco, Ministério das Relações Exteriores, 1985; Professor Emérito e Medalha, Université Louis Pasteur, 1986; Doutor Honoris Causa, Universidade Federal de Pernambuco, 1986; Medalha Carneiro Felipe - Serviços Prestados à Ciência Nuclear no Brasil, Comissão Nacional de Energia Nuclear, 1988; Doutor Honoris Causa, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 1989; Ordre des Palmes Académiques - Officier, Governo Francês, 1989; Ordre National du Mérite - Officier, Presidência do Governo Francês, 1989; Prêmio Nacional da Ciência Álvaro Alberto, Governo Brasileiro, 1989; Professor Emérito do CBPF, 1992; e Prêmio México de Ciência e Tecnologia, Governo Mexicano, 1993.
Cremos que esse verbete sobre Leite Lopes não ficaria completo se não fizéssemos menção da preocupação que ele também tinha com o ensino médio, preocupação essa compartilhada com seu grande amigo Jayme Tiomno e manifestada no artigo que eles escreveram sobre aquele ensino, em 1953 (Ciência e Cultura 5, p. 45), e na tradução que fizeram do livro High School Physics de Oswald H. Blackwood, Wilmer B. Herron e William C. Kelly, editada pelo Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, em 1958, e pelo Ministério da Educação e Cultura, em 1962.